Eu não via a hora de retornar ao Entrelinhas…
Ao final do sexto Episódio da primeira temporada, depois de encerrar a transmissão, mas ainda no estúdio em conversa com o Agnaldo Alves, lembro de ter falado de como era intensa a rotina desse programa, desde receber o livros, iniciar a leitura, buscar um trecho ideal para adaptar para o vídeo de introdução, toda a produção e edição envolvidas nessa etapa, as artes… Para um programa quinzenal que faço sozinho, numa rotina tão corrida que tenho na minha vida, esse podcast tinha tudo para ser um fardo. Mas não é. E esse processo me fez muita falta nesses meses afastado.
O Entrelinhas é trabalhoso, é intenso, mas é também apaixonante. Eu amo literatura e amo escrever, mas na mesma profundidade, amo ter essa oportunidade de conhecer novas obras e poder conversar com os autores nesse projeto. Amo a investigação de emoções e processos que é tão singular de cada um e amo como aprendo com esses autores.
Sempre acreditei que existe uma grande responsabilidade como autor; abdicar da minha voz, do meu ponto de vista, e tornar-me plural. Eu preciso doar meus processos para minhas personagens e permití-las uma experiência real, ainda que simulada, de existência. De certa forma, o Entrelinhas é também essa oportunidade maravilhosa de exercitar empatia, mas com personalidades reais, que trazem para mim e para o público as suas vidas, também reais, através de suas obras.
Amei ouvir as histórias de infância do Rodrigo, a Fernanda tem um amor e um carinho cativante pela escrita, O Emilio é parecido comigo e tem uma pegada visceral em seu texto, o Hector tem uma energia intensa e acelerada que também está presente em seu texto, o Léo trouxe para o podcast uma sensibilidade profunda com um tom de saudosismo sonhador que me fez viajar, o Agnaldo, por fim, foi um perfeito encerramento para a primeira temporada, num programa de uma investigação profunda da nossa intimidade e como usamos a literatura para nos conhecer.
A agora, com a Ludmila, pude mergulhar em um novo gênero e desvendar os mistérios de uma paixão avassaladora entre personagens perfeitos de um mundo quebrado. Abaixo, vou deixar um resumo do que discutimos no episódio, mas te convido a assistir ao programa e também a assinar o canal e deixar seu like. O Entrelinhas é um projeto muito importante e cada ação ajuda a crescer. A literatura nacional merece, os autores nacionais merecem.
A trama se desenvolve em torno de Heitor, um homem que passa por um divórcio e se vê envolvido na produção de um documentário sobre sua família. A história se desdobra em camadas que exploram os relacionamentos familiares e a exposição midiática.
Homero, aqui, nos leva a refletir sobre as origens dos personagens e como suas experiências de vida influenciam a construção da narrativa. A busca por temas quentes e a abordagem de questões delicadas tornam a trama envolvente e cheia de significados.
O verdadeiro mergulho na psique dos personagens
Por meio da alternância entre os pontos de vista de Heitor e Jade, somos levados a uma jornada emocional intensa. A dinâmica do triângulo amoroso, aliada à pressão midiática, cria uma atmosfera de tensão e vulnerabilidade. Os personagens lutam contra seus próprios demônios e anseios, revelando uma complexidade que cativa o leitor.
É interessante observar como a exposição da vida privada na mídia afeta a percepção dos personagens sobre si mesmos e sobre o mundo ao seu redor. A solidão latente e a busca por conexão são temas recorrentes que adicionam camadas de profundidade à narrativa.
O contraste como elemento narrativo crucial
A construção dos personagens, permeada por dores alheias e momentos de intensidade emocional, cria um contraste impactante. A dualidade entre a vida pública e privada dos protagonistas revela fragilidades e anseios ocultos, enriquecendo a trama e aproximando o leitor das complexidades humanas.
A interação entre os personagens e suas jornadas individuais, marcadas por perdas e desafios, ressalta a importância do contraste na construção de um enredo envolvente e multifacetado. A busca por redenção e compreensão torna-se o cerne da história, instigando reflexões sobre a natureza humana e o desejo por conexão.
Considerações finais
O livro em questão nos presenteia com uma narrativa envolvente e profunda, que nos desafia a refletir sobre as nuances da vida e as complexidades das relações humanas. A escrita sensível e perspicaz da autora nos conduz por um caminho de autoconhecimento e empatia, revelando as dores e alegrias que permeiam a existência.
Ao final desta jornada literária, somos deixados com a promessa de novas histórias e o desejo de continuar explorando os recantos da alma humana por meio da escrita cativante e reveladora. Que cada página seja um convite à reflexão e à transformação, guiando-nos por um universo de possibilidades e descobertas.
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SINOPSE: O último relacionamento de Heitor o fez se fechar para qualquer possibilidade de romance. Morando em outra cidade para assumir os negócios da família, ele se vê sozinho no mesmo momento em que enfrenta a sua maior luta: defender sua imagem perante as acusações mentirosas da sua ex-esposa nas mídias sociais. Jade trabalha em uma produtora e se torna a responsável por um documentário sobre a família de Heitor. Influenciada pelo seu melhor amigo, e pela mídia, ela tem uma imagem bem definida dele: arrogante, mentiroso e babaca. Jade trabalha duro para cuidar de sua mãe e a noite não quer lidar com nada que não seja os seus brinquedos para adultos. Ambos têm muito para curar e crescer. A atração entre eles é inegável. O convívio diário é capaz de mudar as regras de dois corações feridos?
TÍTULO: A profunda paixão entre nós
AUTOR: Ludmila Bahia
PÁGINAS: 216
FORMATO: 14×21
EDITORA: Tribus Editorial
GÊNERO: Romance/HOT
EDIÇÃO: 1ª
ANO: 2022